O dragão que tinha medo de rugir

Num vale rodeado por altas montanhas cobertas de neblina, vivia um pequeno dragão chamado Rufus. Rufus era diferente dos outros dragões. Tinha escamas douradas que brilhavam ao sol, asas fortes para voar alto e uma cauda que se movia de um lado para o outro como um chicote. Mas havia algo que o tornava especial: Rufus nunca rugia.

Num vale rodeado por altas montanhas cobertas de neblina, vivia um pequeno dragão chamado Rufus. Rufus era diferente dos outros dragões. Tinha escamas douradas que brilhavam ao sol, asas fortes para voar alto e uma cauda que se movia de um lado para o outro como um chicote. Mas havia algo que o tornava especial: Rufus nunca rugia.

Enquanto os outros dragões rugiam alto para mostrar a sua força ou assustar intrusos, Rufus permanecia em silêncio. Porquê? Porque Rufus tinha medo do seu próprio rugido. Temia que fosse demasiado forte, demasiado assustador ou, pior ainda, que soasse ridículo e todos se rissem dele.

Os dragões mais velhos costumavam dizer:
Um dragão sem rugido não é um dragão completo.
Isso deixava Rufus triste. Ele escondia-se atrás das rochas enquanto os outros dragões praticavam os seus rugidos na planície. A sua melhor amiga, Luna, uma pequena esquila que vivia numa árvore próxima, tentava animá-lo.
Rufus, não importa como soe o teu rugido. Faz parte de ti, e isso torna-o especial.
Tu não entendes, Luna. Se não for perfeito, todos vão gozar comigo, — respondeu Rufus, cabisbaixo.

Uma tarde, enquanto Rufus e Luna brincavam perto do rio, ouviram um barulho forte. RUMBLE! Era o som de um urso gigante que vivia nas montanhas. O urso, faminto e a resmungar, descia ao vale em busca de comida. Os dragões mais velhos não estavam por perto, e os pequenos animais do vale começaram a correr e a esconder-se.

Luna aconchegou-se atrás de Rufus e sussurrou:
Rufus, tens de fazer alguma coisa! És o único que pode afugentá-lo!
Mas eu não sei rugir! — respondeu Rufus, a tremer.
Não importa como soe. Por favor, tenta! — disse Luna com olhos cheios de esperança.

Rufus respirou fundo, sentiu o seu coração a bater rápido e olhou para o grande urso que se aproximava lentamente. Pensou nos seus amigos, no seu vale e na Luna, que confiava nele.

Ele abriu a boca e soltou o rugido mais forte que conseguiu.
ROOOOOAAAARRR!!

O som ecoou por todo o vale. Era profundo, poderoso e cheio de confiança. As árvores abanaram, a água do rio estremeceu, e o grande urso, surpreendido e assustado, deu meia volta e correu de volta para as montanhas.

Todos os animais saíram dos seus esconderijos, aplaudindo e celebrando Rufus. Os dragões mais velhos, que tinham ouvido o rugido à distância, chegaram a voar e felicitaram-no.
Esse foi um rugido digno de um verdadeiro dragão! — disseram com orgulho.

Rufus não conseguia acreditar. Luna saltou para a sua cabeça e disse:
Sabia que conseguias! Vês? Não importa como soe o teu rugido. O importante é que o usaste quando era mais necessário.

A partir desse dia, Rufus deixou de ter medo de rugir. Não rugia o tempo todo, mas quando o fazia, fazia-o com orgulho, sabendo que a sua voz era única e especial.

Nessa noite, enquanto as estrelas brilhavam no céu, Rufus e Luna olharam para as montanhas em silêncio. Rufus sorriu e disse:
Nunca mais terei medo de mostrar quem sou.

E assim, Rufus ensinou a todos que o importante não é ser perfeito, mas sim ser corajoso e autêntico.
E assim se acaba esta história.

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