O Caracol que Queria Ver o Mar

O Caracol que Queria Ver o Mar

Era uma vez um pequeno caracol chamado Léo, que vivia no meio de um jardim cheio de flores coloridas e folhas fresquinhas. Embora seu mundo fosse bonito e tranquilo, Léo sonhava com algo maior: ver o mar.

Todos os dias, ele escutava as histórias contadas pelos pássaros que sobrevoavam o jardim. Falavam de uma imensidão azul que dançava com o vento e cantava canções com as ondas. Léo fechava os olhos e imaginava como seria sentir a brisa salgada no rosto e ver o horizonte sem fim.

— Um dia eu vou ver o mar, prometeu a si mesmo.

Mesmo sabendo que era lento, Léo não se desanimou. Começou sua jornada logo ao amanhecer, com a mochila nas costas (uma folha enrolada com uma gotinha de orvalho dentro) e muita coragem no coração.

No caminho, encontrou muitos animais. Uma formiga perguntou:

— Onde você vai, caracol?

— Vou ver o mar, respondeu ele com orgulho.

— Mas o mar é muito longe! Você vai demorar anos!

— Não importa o tempo. O importante é continuar.

E assim ele seguiu. Passou por montanhas de pedras (que para ele eram pedrinhas altas), cruzou trilhas de terra seca, enfrentou chuvas fortes e até teve que se esconder do sol de verão. Às vezes pensava em desistir, mas sempre se lembrava do som das ondas que imaginava.

Um dia, depois de muito tempo, Léo sentiu um cheiro diferente no ar. Era salgado e fresco. Apressou-se (o mais rápido que um caracol pode) e, ao subir por uma duna de areia, viu pela primeira vez o mar.

Seus olhos se encheram de lágrimas. Era mais lindo do que ele jamais imaginara: o azul parecia infinito, o som das ondas era música, e o vento trazia histórias de lugares distantes.

Léo ficou ali por horas, admirando. E mesmo sabendo que talvez levasse anos para voltar, ele sorriu. Porque agora sabia que sonhar grande vale a pena — mesmo com passos pequenos.